O e-commerce é muitas coisas: comércio transfronteiriço, negócios sem fronteiras e retalho online internacional. No entanto, é igualmente importante definir o que este não é.
O e-commerce não é um luxo. Não é uma estratégia entre muitas. Tornar-se um negócio online é uma necessidade.
Infelizmente, também está repleto de questões: onde investir? Quais os países que apresentam a melhor adequação entre o produto e o mercado? Como atrair compradores não locais? O que é mais importante: tradução, moedas, opções de pagamento ou algo completamente diferente?
Este guia dar-lhe-á uma visão interna sobre o e-commerce global, com dicas sobre como pode expandir-se para este mercado.
O que é o e-commerce internacional?
Primeiro, o e-commerce internacional é a venda de produtos ou serviços além-fronteiras geopolíticas a partir do país de origem de uma empresa, normalmente definido como o local de fundação ou sede. Os produtos ou serviços são vendidos em mercados não nativos através de vendas e marketing online.
As vantagens do e-commerce internacional são:
- Expansão mais ágil em mercados estrangeiros.
- É mais fácil encontrar a adequação entre o produto e o mercado.
- Ciclos de vendas B2B mais curtos.
- Criação mais rápida de uma presença internacional.
- Menores barreiras à entrada.
Qual é o tamanho do mercado de e-commerce?
O mercado global de e-commerce deverá totalizar os 6,3 bilhões de dólares. E estima-se que este valor cresça nos próximos anos, tal revela que o e-commerce sem fronteiras está a tornar-se uma opção lucrativa para os retalhistas online.
A Casey Armstrong, CMO da marca de logística de e-commerce ShipBob, acrescenta: “Embora muito do foco no e-commerce esteja centrado nos Estados Unidos e no Canadá, há muito a aprender com outros grandes players internacionais que estão a ter uma taxa de crescimento de e-commerce ainda mais acelerada.”.
“Os comerciantes podem mudar o local de vendas com base nestes dados e na procura por e-commerce nesses países. Foi por isso que abrimos centros de logística da ShipBob, no Canadá e no Reino Unido e estamos prestes a abrir outro na Austrália.”
13 principais estatísticas sobre o e-commerce
Se está a gerir uma loja online, ficar a par das novidades na indústria do e-commerce é importante para maximizar a receita.
Abaixo estão as principais estatísticas mundiais, para se preparar para o futuro.
- A China continua a liderar as vendas globais de e-commerce, segundo a Associação Internacional de Comércio dos EUA, representa mais de 50% de todas as vendas retalhistas em todo o mundo, com vendas online totais a ultrapassarem a marca dos 3 bilhões de dólares.
- A seguir à China e aos EUA, o terceiro maior mercado de e-commerce é o Reino Unido, que representa 4,8% da quota de vendas a retalho em e-commerce. O Reino Unido é seguido pelo Japão (3%) e pela Coreia do Sul (2,5%).
- Prevê-se que o Reino Unido realize mais de 143,8 mil milhões de dólares em vendas de e-commerce (Statista).
- A América Latina (incluindo o Peru, o Brasil, a Argentina, o Chile, a Colômbia e o México) registou 104 mil milhões de dólares em vendas de e-commerce, um aumento de 22,4% em relação aos 85 mil milhões de dólares atingidos anteriormente.
- O mercado de e-commerce da Singapura é um dos 5 países com a taxa de crescimento mais rápida do mundo, com um crescimento de 25,5% nas vendas (Insider Intelligence).
- O mercado de e-commerce dos EUA deverá ultrapassar os 940,9 mil milhões de dólares, um pouco mais de um terço do total da China (Statista).
- Estudos recentes mostram que cerca de 218,8 milhões de consumidores nos EUA vão começar a fazer compras online (Insider Intelligence).
- Mais de 50% dos consumidores fazem compras online à procura de entregas gratuitas, seguidos por 38,7% que procuram cupões e descontos. (Data Reportal).
- Relatórios recentes indicam que a taxa média de abandono de carrinho de compras é de 70,19% (Baymard Institute).
- 28% dos consumidores nos EUA utilizam telemóveis enquanto estão numa loja física para procurar descontos, comparar preços e ler avaliações de produtos (PYMNTS).
- 30% dos consumidores relatam que as recomendações de influencers orientam as compras online, em comparação com apenas 27% para recomendações de amigos ou familiares (HubSpot).
- As vendas em marketplaces online B2C (como a Amazon e o eBay) nos EUA deverão atingir os 2,1 bilhões de dólares (Research and Markets).
- Há 41,8 milhões de compradores online entre 25 e 34 anos, com os millennials a serem o maior grupo entre os compradores digitais (Insider Intelligence).
Tendências do e-commerce a observar
1. Pressões inflacionárias globais
Para os clientes em todo o mundo, a inflação tornou-se uma preocupação e uma métrica a acompanhar.
E embora as pessoas ainda estejam a gastar dinheiro, as marcas globais não estão isentas da pressão da inflação. Assim, se planeia recorrer ao e-commerce transfronteiriço, deve ter em conta o impacto da inflação nas decisões de compra dos seus potenciais clientes.
Numa entrevista recente à Glossy, a CEO da Olaplex, JuE Wong, explica como, mesmo com um aumento nas vendas líquidas, a Olaplex não está imune à inflação global, à macroeconomia e às situações geopolíticas. Como resultado, a Wong afirma que, embora a empresa tenha um bom fluxo de caixa, irá investir em tecnologia (como soluções de e-commerce) e capacidades tecnológicas para ajudar a impulsionar o crescimento.
Com esta preocupação em mente, vale a pena pesquisar as taxas de inflação dos países em que se pretende expandir e, potencialmente, rever a sua estratégia de preços com base nos dados que recolher.
2. Haverá mais consumidores a fazer compras através dos seus smartphones
O m-commerce, ou comércio móvel, envolve as compras online através de dispositivos móveis, como smartphones ou tablets. O comércio móvel continuará a expandir-se nos próximos anos. E os avanços tecnológicos como as aplicações móveis de marcas, o 5G e as compras nas redes sociais agilizam esta tendência.
O retalho online continua a expandir-se devido ao aumento do uso de smartphones e tablets em todo o mundo. Espera-se que o comércio móvel represente 42,9% das vendas de e-commerce.
Outro aspeto das compras móveis, são as vendas relacionadas com as redes sociais, prevê-se que tripliquem até ao final deste ano. Embora apenas 47% dos consumidores nos EUA relatem ter comprado bens através das redes sociais, mais de 84% dos consumidores chineses relatam fazer compras em redes sociais, no maior mercado e e-commerce do mundo.
Haverá ainda mais aplicações de compras de marcas, mais campanhas de marketing via SMS e Facebook Messenger, e mais conteúdo de comércio nas redes sociais.
3. Uma nova mistura de canais de marketing
Nos últimos anos, houve avanços emocionantes em várias áreas da publicidade — incluindo o acesso a novos canais de marketing.
O comércio nas redes sociais tem estado em destaque nos últimos cinco anos, com o lançamento de funcionalidades de compras no Facebook e Instagram, e, mais recentemente, as compras no TikTok.
No entanto, como extensão do comércio nas redes sociais, as compras em direto começaram a ganhar popularidade à medida que esta estratégia se tornou um sucesso na China. O mercado de comércio ao vivo na China tem apresentado um crescimento enorme.
Outro canal de marketing emergente é a publicidade na CTV — que se refere a anúncios de plataformas como a Hulu, a Roku e o YouTube. A perceção destes anúncios pelos consumidores é, em grande parte, semelhante à da televisão por cabo, embora quem compare os dois considere que os anúncios em serviços de streaming mais eficazes.
A Hoka é uma empresa de calçado desportivo que recentemente lançou uma campanha publicitária global utilizando plataformas de CTV, e reportou um aumento de 68% nos visitantes do site de e-commerce e um aumento do número de seguidores nas plataformas de redes sociais.
4. Crescimento das vendas na China e na APAC
A Insider Intelligence e a eMarketer indicam que cinco países do Sudeste Asiático lideram o crescimento mais rápido do e-commerce. Os países que estão a ganhar quota de mercado incluem:
- Filipinas (24,1%)
- Índia (22,3%)
- Indonésia (20%)
- Malásia (18%)
- Tailândia (16%)
As Filipinas e a Índia devem ser os números um e dois, respetivamente, até 2026.
5. Criar conteúdo para consumidores na sua língua local
Cinquenta e sete por cento dos clientes entrevistados pela PayPal afirmam que atualmente fazem compras internacionalmente. Quase dois em cada cinco entrevistados disseram que fizeram uma compra internacional nos últimos três meses.
No entanto, entre os compradores de língua inglesa, mais de dois terços dos inquiridos num estudo da Flow.io afirmaram que não fariam compras num site que não estivesse traduzido para inglês. Nos mercados japonês e sul-coreano, onde o comércio transfronteiriço é mais baixo, este número sobe para 41% e 36%, respetivamente.
Utilizar a língua nativa no seu site — para além do Google Translate — pode impulsionar as vendas globais. Crie uma boa experiência para o cliente desde a primeira impressão até ao check-out.
De facto, em termos de conteúdo do site, a maioria dos compradores no relatório da Flow.io concordou que as seguintes páginas tinham de estar traduzidas:
- Descrições de produtos (67%).
- Avaliações de produtos (63%).
- Processo de check-out (63%).
Este tema merece alguma atenção, mas não precisa de ser intimidante. Muitas vezes, a localização parece um desafio do tipo “tudo ou nada” — ou adaptamos tudo ao país, ou parece que não vale a pena. Na realidade, pequenas adaptações estratégicas já podem fazer uma grande diferença.
Estabeleça a sua estratégia de e-commerce internacional
Estabelecer uma estratégia de e-commerce omnicanal internacional pode parecer intimidante, mas há algumas áreas-chave que, se abordadas como prioridade, podem ajudar a alcançar o sucesso.
As áreas em que os negócios de e-commerce se devem focar são:
Preços
No que diz respeito aos preços, surgem duas questões para os retalhistas de e-commerce internacional: conversão de moeda e como lidar com as promoções. Relativamente à primeira, vale a pena investigar como os clientes percebem os preços no país onde quer entrar. No Ocidente, é comum que os preços terminem em 9, enquanto em países como a China, é melhor usar um número redondo.
No que diz respeito a promoções, de acordo com a McKinsey & Company, as empresas devem usar uma gama mais ampla de fatores para determinar a sensibilidade ao preço (especialmente em mercados estrangeiros). Além disso, fazer uma boa ligação entre os preços e as promoções pode aumentar a receita em três a cinco pontos percentuais no total.
Pagamentos
Felizmente, quando se trata de escolher métodos de pagamento tal é relativamente simples para o e-commerce internacional, irá precisar de, pelo menos, um processador de cartões de débito/crédito, opções de carteiras móveis como o Apple Pay e o Google Pay, bem como uma opção de compre agora, pague depois (BNPL).
Algumas plataformas de e-commerce oferecem o seu próprio sistema de pagamento. Por exemplo, com o Shopify Payments, pode configurar automaticamente todos os principais métodos de pagamento para a sua loja online.
Atendimento ao cliente
O atendimento ao cliente é importante, independentemente do país em que se encontra. Os tipos comuns de comunicação para o atendimento ao cliente na maioria dos países incluem telefone, e-mail e chat ao vivo.
Envios e logística
A forma como os seus clientes recebem os produtos é um fator crucial a considerar, pois pode representar um custo elevado. Para tornar o envio internacional bem-sucedido, tente reduzir ao máximo o atrito. Isto inclui: pesquisar opções de preços com transportadoras, fornecer estimativas de tempo de envio, analisar impostos aplicáveis e, em alguns casos, restringir a venda de determinados produtos em certos países.
Comece com o Shopify Marketplace
Esta funcionalidade ajuda as empresas a gerir as vendas no exterior, ao simplificar áreas complexas como a conformidade, as tarifas, os envios e as conversões.
Perguntas frequentes sobre e-commerce internacional
Qual é o tamanho do mercado de e-commerce internacional?
O mercado de e-commerce internacional deverá totalizar os 6,3 bilhões de dólares e representar 21,2% de todas as vendas a retalho.
Como posso iniciar um negócio de e-commerce internacional?
- Determine os mercados internacionais-alvo e como estes irão apoiar o crescimento do seu negócio.
- Compreenda as necessidades do mercado-alvo, por exemplo, os métodos de pagamento preferidos.
- Crie um plano de entrada no mercado.
O e-commerce é importante para um negócio global?
Sim. O e-commerce apoia e facilita o comércio internacional, impulsiona os negócios e ajuda as empresas a compreender melhor a procura nos vários mercados.


