O que antes era uma tecnologia popular entre gamers e TikTokers da Geração Z, rapidamente se tornou um componente essencial das compras online.
Trata-se da realidade aumentada (RA), cujos diferentes tipos ajudam os consumidores a visualizar e experimentar produtos que, de outra forma, não conseguiriam. Isso acaba permitindo decisões de compra mais embasadas sem que as pessoas precisem sair de casa.
Para aproveitar ao máximo a realidade aumentada no varejo ou e-commerce, é fundamental entender como essa tecnologia pode melhorar as experiências de compra. Aqui estão algumas maneiras de dinamizar suas ofertas usando os diferentes tipos de RA.
O que é realidade aumentada (RA)?
A realidade aumentada (RA) é uma tecnologia que sobrepõe conteúdo digital ao mundo real, aprimorando a experiência do usuário. Os tipos incluem, por exemplo, RA baseada em marcadores, que usa marcadores visuais para exibir informações, e RA sem marcadores, que utiliza GPS ou dados de localização. A realidade aumentada é usada em diversos campos, como jogos, educação e varejo, oferecendo experiências interativas que combinam ambientes virtuais e físicos.
5 tipos de RA
- RA baseada em marcadores
- RA sem marcadores
- RA baseada em projeção
- RA baseada em sobreposição
- RA baseada em localização
Dependendo dos produtos que você vende online, um tipo específico de realidade aumentada pode ser mais adequado às suas ofertas. Aqui estão cinco tipos diferentes de RA, como funcionam e um caso de uso.
1. RA baseada em marcadores
A realidade aumentada baseada em marcadores — também conhecida como RA de reconhecimento de imagem — depende de um QR code ou marcador visual, também chamado de marcador fiducial, para ativar a experiência interativa. O consumidor escaneia o marcador com a câmera do dispositivo, ativando os efeitos visuais. Em seguida, pode mover o dispositivo móvel ao redor do marcador estático para ver a imagem virtual em 3D na tela.
A principal limitação da RA baseada em marcadores é que ela só pode ser usada com dispositivos móveis (smartphones ou tablets). Além disso, os usuários podem precisar baixar um aplicativo dedicado (como o Google Play Services for AR para Android).
O planejador de ambientes da Arhaus é um exemplo desse tipo de RA no e-commerce, permitindo que os usuários criem um modelo 3D do ambiente ao seu redor para visualizar como os produtos da marca se encaixam no espaço.
2. RA sem marcadores
A realidade aumentada sem marcadores não depende de marcadores físicos como QR codes ou imagens. Em vez disso, usa dados baseados em localização, como GPS ou acelerômetros em dispositivos móveis, para rastrear o ambiente do usuário e determinar a localização do conteúdo virtual. Isso permite que o software de RA compreenda as relações espaciais e a orientação de objetos virtuais e superfícies na visão do usuário.
Com esse tipo de RA, os consumidores abrem o aplicativo móvel ou a página da web e escaneiam o ambiente ao redor com o dispositivo para projetar o item digital sobre superfícies reais, como o chão ou uma parede. A RA sem marcadores pode operar mesmo em superfícies irregulares, desde que haja elementos reconhecíveis — como cantos, texturas e objetos — que sirvam de referência para o rastreamento.
Embora seja mais complexa e cara de implementar, essa tecnologia é a preferida em experiências de compra online e em jogos, por oferecer maior praticidade e flexibilidade de uso.
3. RA baseada em projeção
A realidade aumentada baseada em projeção depende de projetores para exibir imagens 3D ou conteúdo digital em uma superfície plana bidimensional, como uma parede, chão ou objeto. Esse tipo de RA não cria ambientes totalmente imersivos, somente hologramas para eventos e filmes.
A RA baseada em projeção pode ser usada em eventos presenciais, como inaugurações de lojas ou lojas pop-up, para exibir hologramas e criar experiências visuais mais imersivas.
4. RA baseada em sobreposição
Com a realidade aumentada baseada em sobreposição, um item físico existente é total ou parcialmente substituído por uma ampliação digital. O sistema identifica objetos ou características específicas na visão do usuário — como uma capa de livro, um rótulo de produto ou um ponto de referência — e sobrepõe o conteúdo digital relevante ao objeto ou característica.
Em lojas físicas, a RA de sobreposição fornece direções e orientação aos clientes. Ao sobrepor setas virtuais no ambiente, por exemplo, os consumidores podem encontrar o caminho para os produtos que procuram.
Além disso, essa tecnologia disponibiliza detalhes do produto. Ao apontar a câmera do smartphone para um produto, os consumidores podem ver sobreposições virtuais com detalhes como preço, características e avaliações.
5. RA baseada em localização
A realidade aumentada baseada em localização, muito popular em jogos, é um tipo de RA sem marcadores que depende de dados geográficos para entregar imagens digitais em locais específicos. O Pokémon Go, por exemplo, depende da localização do usuário para que a RA funcione.
Marcas que querem gamificar a experiência de compra utilizam RA baseada em localização geográfica para encorajar consumidores a interagir com seus produtos. Por exemplo, você pode criar uma caça ao tesouro virtual incentivando os compradores a explorar sua loja e coletar recompensas.
Como a RA pode beneficiar o e-commerce?
Há alguns anos, a única forma de ver um produto de perto era visitando uma loja física. Com a popularização da realidade aumentada, essa limitação ficou para trás — o que beneficia tanto os consumidores quanto as marcas.
Não é surpresa que os clientes demonstrem interesse pela tecnologia: quase um terço (link em inglês) dos consumidores afirma que gostaria de usar realidade virtual para fazer compras em lojas físicas. Entre os membros da Geração Z, o entusiasmo é ainda maior — mais da metade (link em inglês) diz ter interesse em experimentar experiências de compra com marcas que utilizam RA.
Diferentes tipos de RA podem ajudá-lo a preencher a lacuna entre compras online e experiências na loja. Também podem ajudá-lo a:
- Reduzir taxas de devolução. Usando RA, os clientes obtêm uma representação mais precisa de um produto antes de comprá-lo, tornando menos provável que peçam o tamanho ou cor errados, por exemplo.
- Aumentar taxas de conversão. Ao permitir que os clientes visualizem os produtos em um ambiente virtual, testem-nos de forma interativa ou vejam como ficariam em seu próprio espaço, a RA aumenta a confiança do comprador e facilita a decisão de compra.
- Diferenciar sua marca. A RA permite criar experiências de compra únicas e memoráveis, ajudando marcas a se destacar em um cenário de varejo competitivo.
Segundo Stone Crandall, cofundador da marca de casa e lifestyle Magnolia, “quando as pessoas nos visitam, queremos garantir que cada detalhe reflita o verdadeiro espírito da Magnolia. Nem todos conseguem vir pessoalmente, mas era fundamental para nós que a essência da experiência na loja também estivesse presente para quem compra online ou em trânsito — e a realidade aumentada tornou isso possível.”
“Com essa tecnologia, os usuários podem observar nossos produtos de perto e apreciar os detalhes que os tornam únicos”, afirma Stone. “Queremos que cada pessoa se sinta inspirada pela experiência, e com o aplicativo da Magnolia, isso agora é possível — em qualquer lugar, diretamente na palma da mão.”
A seguir, veja alguns exemplos práticos de como a RA pode impulsionar o seu negócio.
Showrooms virtuais
A realidade aumentada permite criar experiências imersivas e interativas, nas quais os clientes podem visualizar e interagir com versões virtuais de produtos ou serviços.
Por exemplo, em vez de visitar uma loja para comparar móveis com fotos do próprio espaço, os consumidores podem apontar seus dispositivos móveis para o ambiente de casa e posicionar virtualmente os móveis, obtendo uma percepção mais realista de como eles se encaixam.
Um exemplo prático é a ferramenta BMW i Visualizer, um aplicativo de RA que permite configurar e personalizar o carro dos seus sonhos. É possível escolher o modelo, selecionar cores, ajustar características internas e externas, e, em seguida, usar a câmera do smartphone para visualizar um modelo 3D do veículo diretamente no ambiente, como na garagem ou na entrada de casa.
Experimentação virtual
Ao aplicar a realidade aumentada no e-commerce, os compradores online podem experimentar produtos virtualmente antes de finalizar a compra — um recurso especialmente útil em setores como moda e decoração, onde os consumidores costumam preferir testar os itens pessoalmente.
Com a RA, os clientes têm uma percepção mais precisa de como o produto ficará, sem precisar visitar uma loja física. É possível experimentar uma camisa ou posicionar virtualmente um sofá na sala de estar, avaliando o encaixe e o estilo de forma prática e sem esforço.
A marca de acessórios The Cambridge Satchel Company, por exemplo, usa o Shopify AR para permitir que compradores online posicionem virtualmente uma imagem 3D de uma bolsa em seu próprio ambiente, em tempo real, utilizando um dispositivo móvel.
"O fato de podermos oferecer esse tipo de experiência AR com nosso orçamento nos coloca no mesmo nível de empresas com recursos muito maiores”, afirma Julie Deane, fundadora e CEO da marca. “Não tenho dúvidas de que, se grandes marcas de luxo desenvolvessem essa experiência internamente, estariam gastando pelo menos dez vezes mais do que nós.”
Filtros de câmera
Os filtros de câmera permitem que os clientes testem maquiagem ou acessórios, como óculos, utilizando tecnologia de reconhecimento e rastreamento facial para sobrepor produtos digitais ao rosto em tempo real. Esse tipo de RA ganhou popularidade em plataformas de rede social como o Snapchat.
Um exemplo é a Warby Parker, que possibilita experimentar virtualmente óculos e armações por meio da câmera do dispositivo móvel. A tecnologia ajuda a resolver um problema antigo das compras de óculos — seja online ou presencialmente: “Será que vai ficar bem em mim?
Espelhos na loja
Espelhos de realidade aumentada são displays interativos que usam RA para oferecer aos clientes uma experimentação virtual em lojas físicas. Eles agilizam o processo, permitindo testar rapidamente diferentes cores e estilos, enquanto para o varejista ajudam a reduzir o risco de roubo ou danos aos produtos.
A marca de roupas e lojista Shopify Rebecca Minkoff instalou espelhos de realidade aumentada em algumas de suas lojas. Esses espelhos permitem que os clientes vejam como diferentes peças ficam neles, recebam recomendações de produtos e até realizem compras diretamente pelo espelho.
“Em um momento em que o comprador de moda valoriza se conectar à personalidade de uma marca, compreender a textura e a estrutura de cada bolsa e imaginar como seria usar cada peça da coleção, estamos entusiasmados em disponibilizar vídeos e modelos 3D em nosso site de e-commerce Shopify, aproximando ainda mais os clientes dos designs Rebecca Minkoff”, afirma Uri Minkoff, cofundador e CEO.
Os resultados foram notáveis: após interagir com produtos em 3D, os clientes apresentaram 44% mais chances (link em inglês) de adicionar um item ao carrinho e 65% mais probabilidade de concluir a compra. Entre os clientes recorrentes, aproximadamente 27% estavam mais propensos a realizar outros pedidos depois de experimentarem os modelos em 3D.
Perguntas frequentes sobre tipos de realidade aumentada
A RA sem marcadores pode ser usada em mais tipos de ambientes do que a baseada em marcadores?
Sim. A realidade aumentada sem marcadores pode ser aplicada em uma variedade maior de ambientes, já que não depende de elementos físicos para funcionar. Essa flexibilidade a torna ideal para experiências móveis, como aplicativos de RA, filtros e lentes interativas.
A RA baseada em projeção exige o uso de headset ou outro tipo de hardware?
Não. Diferentemente da realidade virtual (VR), a RA baseada em projeção não precisa de headset nem de dispositivos adicionais. Ela utiliza um projetor para exibir imagens ou informações sobre superfícies planas bidimensionais.
A realidade aumentada sem marcadores é menos precisa que a baseada em marcadores?
Sim. A realidade aumentada sem marcadores tende a ser menos precisa, pois fatores ambientais — como iluminação, textura e formato do espaço — podem afetar o dimensionamento e o posicionamento dos elementos virtuais. Já a RA baseada em marcadores utiliza um ponto de referência fixo, o que garante maior estabilidade e confiabilidade. Em compensação, a RA sem marcadores é mais versátil e pode se adaptar a diferentes contextos e superfícies.
Qual é um bom exemplo de realidade aumentada?
As experiências de experimentação virtual são um dos exemplos mais eficazes. Marcas de moda, por exemplo, podem criar modelos 3D de suas peças e permitir que as pessoas visualizem como elas ficariam no próprio corpo, sobrepondo os gráficos em tempo real ao vídeo da câmera.


